Começo pelo começo: Feliz Ano Novo, mulheres maravilhosas!
Imagino que, assim como eu, a maioria de vocês faz algum tipo de reflexão sobre a vida no encerramento de mais um ano e, geralmente isso nos leva a fazer algumas resoluções para o ano que se inicia.
Creio que aprendemos isso no nosso convívio cultural e, de uma forma ou outra fica difícil escapar do óbvio “voltar para a academia, emagrecer, focar nos meus projetos, estudar mais, pedir um aumento, etc.”.
Nas redes sociais isso se acentua com as milhares de publicações de profissionais dizendo COMO você DEVE traçar as suas metas e O QUE EXATAMENTE você precisa fazer para alcança-las.
Confesso que esse tipo de linguagem e abordagem não me atendem, pois as soluções para os nossos anseios são tão variadas e diversas que jamais conseguiríamos criar uma fórmula única que desse conta de tudo e todas nós. Sou afeita às complexidades da vida, entendendo a nossa natureza cíclica e não-linear. Isso nos abre para um universo de experimentação e amadurecimento que vai muito além do aspecto mental e racional.
E sendo muito honesta, quero compartilhar que sim, faço as minhas promessas como todo mundo! Em 2020 quero emagrecer todos os quilos que ganhei nesse último ano cheio de mudanças e transformações. Quero concluir três cursos de aprofundamento em Sexualidade Feminina, Empoderamento Feminino e Ovos de Jade. Quero estruturar e desenvolver ainda mais o meu negócio. E a lista continua…
Só que percebi que todas as minhas promessas tinham a ver com IR, AGIR, FAZER, CONCLUIR. E confesso, sou muito boa nisso! Tenho uma facilidade imensa em me organizar, disciplina com os meus compromissos e adoro cumprir metas. Adoro! Ou seja, essas resoluções aí ficam bem acomodadas na minha zona de conforto. E bem enquadradas no nosso modo linear de estar na vida, acreditando na mentira patriarcal de que precisamos estar nos movendo em direção a algo o tempo todo. Insisto: mentira martelada tantas vezes pela cultura patriarcal, que parece até verdade!
Claramente, isso não conversa em nada com aspecto cíclico da vida e, durante as minhas férias refleti muito sobre a temática.
Acredito que o maior gatilho foi o livro que escolhi ler durante a minha viagem, uma pérola que infelizmente ainda não foi traduzida para o português: “The Wild Woman’s Way – unlock your full potential for pleasure, power and fulfillment” da Michaela Boehm. (se você entende inglês, leia pelo amor da Deusa!) Acho que esse livro me tocou tanto quanto o “Mulheres que correm com os lobos”, da Clarissa Pinkola Estés.
Veja, estamos vivendo em uma cultura que nos orienta a FAZER e REALIZAR o tempo todo. Inclusive sexo, né amadas?! Cumprimos um compromisso atrás do outro e não paramos para sequer celebrar as nossas conquistas.
Isso nos afasta da nossa capacidade de relaxar, desacelerar e nos abrir naturalmente para a fluidez da vida, para a nossa natureza cíclica e selvagem. Ainda, nos impede de sentir as sutilezas do nosso Ser, ouvir a nossa intuição e confiar na sabedoria inata do nosso corpo. Sem falar que impacta diretamente a nossa capacidade de sentir prazer.
Em última análise, estar o tempo todo no modo IR, AGIR, FAZER, CONCLUIR pode ser altamente desempoderador!
Decidi então criar uma nova promessa para o meu Novo Ano: em 2020 quero transitar e equilibrar o meu IR e o meu FLUIR. Quero sim realizar as metas que escolhi, mas quero também APRECIAR, SENTIR, SOLTAR, CONFIAR, RELAXAR, e realmente honrar a não-linearidade da vida.
Mas como podemos nos libertar desse modo IR? Como aprendemos a FLUIR?
Bem, aqui entra uma ferramenta superpotente que todas nós temos ao nosso alcance: o corpo!
Podemos aprender a integrar a fluidez da vida nos movimentos do nosso corpo. Ou seja, é possível INCORPORAR a sabedoria do FLUIR.
Algumas sugestões:
- Dance livremente, sem ter que seguir o ritmo da música, apenas deixando o seu corpo se movimentar livremente, fluindo como ele quiser. Sem mente crítica ou julgadora, apenas se solte.
- Identifique e nomeie as sensações que percorrem o seu corpo – frio, calor, expansão, dor, contração, abertura, coceira, aperto, arrepio, formigamento, etc. Tudo isso faz parte da linguagem que o seu corpo usa para conversar com você, aprenda a escutar.
- Depois que você identifica algumas sensações, comece a dar movimento a elas. Por exemplo: você identifica um aperto no peito e então você permite mergulhar de vez nesse aperto e começa a movimentar todo o seu corpo como se você se tornasse a expressão desse aperto. Não é nada racional, pensado, explicado. É natural, fluido… seu aperto no peito pode também ter uma voz e você se permite expressar os sons dessa sensação.
Amada, isso é altamente transformador! Tente em casa várias vezes, com curiosidade e leveza, até perceber o quanto você começa a RELAXAR, SENTIR E CONFIAR. É lindo demais.
Essas são apenas três práticas simples e seguras que podemos fazer para incorporar o nosso FLUIR. Que tal tentar? Eu já estou dançando diariamente aqui no meu escritório. É uma delícia!
E me conte como essas reflexões soam para você? Você também tem dificuldade em equilibrar o IR e o FLUIR?
Eu sempre quero saber. Basta comentar aqui no blog ou me enviar uma mensagem privada. Vou amar ler e comentar!
Com amor,
Marina